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Aerys II Targaryen, popularmente conhecido como o Rei Louco, foi um dos grandes responsáveis pelo declínio da dinastia Targaryen. A loucura não é uma novidade nesta família. Sendo que quase todos os Targaryen desde o seu início (isto é, há milhares de anos na Antiga Valyria) nasceram do incesto, é surpreendente não terem mais deformidades para além deste transtorno mental. Os Valirianos casavam irmão com irmã desde o início dos tempos, e essa tradição foi mantida pelos Targaryen em Westeros – de facto, Daenerys e Viserys (ambos filhos do Rei Louco) teriam casado um com o outro, se Viserys não tivesse precisado de vender a irmã aos Dothraki; Rhaegar (o outro filho do Rei Louco) apenas casou com Elia Martell por não ter nenhuma irmã da sua idade. Muito provavelmente, será este incesto que terá levado à loucura de tantos Targaryen. “Sempre que um Targaryen nasce, os deuses atiram uma moeda ao ar”, disse o Rei Jaehaerys, famosamente, segundo Ser Barristan Selmy – e esta loucura, que já corrompera tantos dos seus antepassados, destruiu também Aerys II.

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Este mesmo Rei Jaehaerys foi o pai de Aerys, e forçou-o a casar, na sua adolescência, com a sua irmã Rhaella. Os jovens não tinham qualquer vontade de casar um com o outro, mas o pai tivera um sonho profético no qual lhe fora revelado que o príncipe prometido – Azor Ahai renascido – iria provir da sua linhagem. Este casamento infeliz foi apenas o primeiro dos infortúnios que ajudaram Aerys a mergulhar na loucura: uma série de abortos espontâneos de Rhaella e a morte de três pequenos filhos, juntamente com a sua prisão por seis meses durante a insurreição de Duskendale, e a tragédia de Summerhall, acabaram por o levar à paranóia e por aprofundar a sua crueldade. A tragédia de Summerhall refere-se ao incêndio que deflagrou no castelo do mesmo nome, pertencente aos Targaryen e usado como casa de férias. Este incêndio matou o Rei (Aegon V) e o seu herdeiro (o príncipe Duncan), o que levou ao reinado de Jaehaerys, que era na realidade apenas um segundo filho. É dito que, na coroação do pai, Aerys tomou a virgindade da jovem Joanna Lannister, por quem sentia uma forte inclinação.

Na sua juventude, apesar de não ser o mais inteligente ou o mais diligente dos príncipes, era descrito como irresistivelmente charmoso e generoso. Os seus melhores amigos e companheiros de infância e adolescência eram Steffon Baratheon (pai de Robert, Stannis e Renly) e Tywin Lannister; de facto, o seu afecto por Tywin era tão profundo que pediu para ser este a consagrá-lo como cavaleiro. Esta amizade sofreu gravemente com o casamento de Tywin com a sua prima Joanna, e com as atenções indesejadas de Aerys em relação à mesma. Ainda assim, o início do seu reinado foi prometedor, pacífico e próspero, até que a loucura atacou.

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Aerys tornou-se volátil, fazendo decisões importantes de modo espontâneo, tomando decisões e esquecendo-as imediatamente. A sua paranóia virou-se contra a sua própria esposa, tendo-a confinado numa fortaleza, vigiada, por se ter convencido de que esta lhe tinha sido infiel. Aerys cortava-se constantemente nas lâminas do Trono de Ferro, o que o levou a ter uma fobia de lâminas – não permitia nenhuma na sua presença, exceptuando as espadas da sua Guarda Real, e proibiu que lhe cortassem o cabelo ou as unhas. A sua maior obsessão passou a ser o fogo. Queimava vivos os seus inimigos, sentindo nisto grande prazer. Esta obsessão pelo fogo levou-o a cultivar e financiar o fabrico de fogovivo.

O fogovivo é um líquido verde volátil e altamente inflamável que arde durante muito tempo. Assim que pega fogo, queimará até se consumir completamente, impregnando praticamente qualquer substância – arde até sobre água, razão pela qual foi tão terrivelmente letal na batalha de Blackwater Bay na qual Tyrion destruiu a frota de Stannis Baratheon. A famosa espada flamejante de Thoros de Myr também é coberta por uma fina camada de fogovivo, o que lhe permite arder durante uma batalha inteira, tendo porém a espada que ser substituída de cada vez que este truque é utilizado. Esta substância apenas é fabricada pelos Alquimistas, uma antiga associação mágica agora em declínio. Sabe-se também que o fogovivo se torna mais inconstante com a passagem do tempo – um barril de fogovivo que tivesse sido produzido há já alguns anos poderia ser despoletado pela mais pequena faísca, explodindo.

A loucura de Aerys levou-o a esconder reservas de fogovivo por toda a cidade de Porto Real. Quando a sua derrota fosse inevitável, Aerys planeava ordenar a detonação de todo este fogovivo, para que toda a cidade ardesse com ele. A detonação seria provavelmente feita por Alquimistas, já que esta Ordem era acarinhada pelo Rei e atendia a todos os seus caprichos. Como Ser Jaime Lannister revelou a Brienne de Tarth, foi esta a razão pela qual Aerys morreu. Aerys revelara o seu plano a Jaime, e, enquanto o exército rebelde entrava em Porto Real para o destronar, Aerys repetia, uma e outra vez, “queimem-nos, queimem-nos  todos”. Jaime impediu-o, atravessando-o com a sua espada, e sendo para sempre apelidado “kingslayer”, o assassino de reis, tendo cometido a mais alta traição que se pode cometer. Ao salvar milhares de vidas, Ser Jaime condenou para sempre a sua honra e dignidade.

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A que vem tudo isto agora? O Rei Aerys já morreu há muitos anos atrás. Como pode esta informação ter relevância para nós agora? Existem, a meu entender, duas razões. Compreender a loucura de Aerys e dos Targaryen poderá ajudar-nos a detectar mais facilmente este tipo de comportamento obsessivo em outros membros do sangue do dragão. E, mais importante ainda, nem todas as reservas de fogovivo de Aerys II Targaryen foram descobertas após o seu assassínio. Estas reservas encontram-se ainda sob Porto Real, e são mais perigosas a cada ano que passa.

No final do oitavo episódio desta temporada, Cersei e Qyburn, ao descobrirem que o julgamento por combate de Cersei foi lamentavelmente cancelado, têm uma conversa curiosa. Cersei pergunta se os “passarinhos”, isto é, os informadores que tinham pertencido a Varys e que respondem agora a Qyburn, tinham descoberto algo. “É só um rumor?”, pergunta ela. “Não, é mais, muito mais”, responde ele. Acredita-se generalizadamente que estão a falar sobre estas reservas de fogovivo de Aerys II. Possivelmente, estas terão sido encontradas, e estarão prontas para serem activadas por Cersei – uma delas, ou todas. Terá o desespero de Cersei chegado a este ponto culminante? Teremos que esperar até à próxima segunda-feira para descobrir.

Achas que Cersei seria capaz de destruir Porto Real para se salvar e ao seu filho das garras dos Pardais?
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