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Batman: Bad Blood é o 24º filme direto-para-vídeo da DC Universe Animated Original Movies, que começou há oito anos atrás com Superman/Doomsday.

E enquanto Batman aparece no título e está no centro da maior parte do marketing, a verdade é que este filme não é realmente sobre o Batman – é na verdade sobre a sua família alargada.

Sim, tecnicamente esta é uma história sobre Dick Grayson aceitar relutantemente o manto de Batman, mas também é sobre introduzir Batwoman aka Kathy Kane na continuidade, e meter Batwing – o filho de Lucious Fox – ao barulho. Visto Bruce Wayne estar fora da cena durante a maior parte do filme, este acaba por ser basicamente uma espécie de prova de fogo/origem para Katherine Kane (Yvonne Strahovski) e Luke Fox (Gaius Charles).

A DC tem puxado muito dos seus source materials para os últimos filmes, e apesar de ser excelente para os fãs ver esses livros ganharem vida, a companhia deveria aprender que a maior parte das vezes menos é mais. Por exemplo – este filme retira imensos enredos de livros como Batwoman, Battle for the Cowl, Batman & Robin, e Batman Incorporated, mas também pisca o olho a muitos outro livros e histórias. A excitação de ver esses elementos é excelente a início mas também pode ser bastante dececionante – pois cada um desses títulos poderia facilmente dar origem a um filme próprio, e em vez disso acaba-se com interpretações anémicas que nunca realmente acertam. E além disso, visto que tantos enredos estão a ser enfiados à força numa única narrativa, os cineastas foram obrigados a tomar muitas liberdades com as personagens e histórias para as conseguirem encaixar nuns incrivelmente curtos 75 minutos.

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O conceito de Batman morrer, e Dick ficar com o manto é retirado dos dois livros mostrados em cima. Os temas principais de Bad Blood são iguais aos desses livros, mas o filme nunca alcança a profundidade que os livros têm. E também não há nenhuma batalha para determinar quem acaba com o manto – Dick herda-o porque não há outras personagens para o opor. Mas mais importante ainda, o filme não se foca no esforço de Dick para se tornar Batman, seguindo-o à medida que ele lida com a potencial perda de Bruce, ou como ele se ajusta ao peso de usar esse fato todos os dias – o tópico é mencionado no filme, mas apenas à superfície, e isso infelizmente leva a Dick nunca ser o ponto focal apesar de ser a personagem principal do filme.

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A Kate Kane/Batwoman foi apresentada pela primeira vez na série New 52, mas nunca foi um personagem completamente realizada até Greg Rucka a meter na Detective Comics – uma história agora simplesmente conhecida como Batwoman: Elegy. A backstory sobre o passado de Kate, e a primeira vez que ela conhece Batman são usados no filme, e o que pode deixar os fãs realmente felizes é que os cineastas foram verdadeiros à personagem – sim, até a sua sexualidade.

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Um número de outros enredos de Batman Inc de Grant Morrison aparece em Batman: Bad Blood, mas não se desenvolvem realmente, e também não são exatamente retratados como no livro, mas muitas camadas sobre as personagens aparecem em ambos os meios.

Talvez ao não levar com o arco de pode-Damien-Wayne-ser-domado que tem dominado os dois últimos filmes animados de Batman – o terrível O Filho de Batman e o menos terrível Batman vs. Robin –, este novo é sem dúvida uma melhoria em relação aos anteriores. Mas claro que usa a mesma fórmula de 75 minutos com meia-duzia-de-cenas-de-ação-com-apenas-a-história/caracterização-suficiente-para-as-aguentar que tem definido a maior parte destes filmes nos últimos anos.

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Em termos técnicos, também houve melhorias em relação aos filmes anteriores. Uma das maiores e mais notáveis mudanças foram nas performances e edição – as vozes do atores são mais dinâmicas, e parecem estar a trabalhar mutuamente. Normalmente, em filmes animados, o ator vai até ao estúdio, fica em pé numa cabine, e grava o seu diálogo sem outros atores, o que leva às performances parecerem monótonas, pois os atores não têm a possibilidade de usarem a energia e emoção dos outros. Mas aqui isso não parece ter acontecido. E juntamente com as performances, a edição também melhorou – se reverem os filmes anteriores podem reparar em pausas entre as falas. Isso também foi melhorado em Bad Blood.

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Já começa a ficar um bocado chato ver Talia al Ghul e a sua Liga de Assassinos envolvida em todos os conflitos – isto não é suposto ser um desenho-animado de sábado de manhã, em que é sempre o Dr. Garra ou é sempre o Shredder. E teria sido melhor se tivessem perdido um pouco mais de tempo com as reações dos cidadãos – Gordon e outros – à aparente morte de Batman.

Mas em geral, Batman: Bad Blood é um pedaço de entretenimento de ação sólido, com grandes cenas de lutas e momentos interessantes com algumas personagens menos conhecidas – e o shot final vai fazer os fãs da DC sorrir que nem uns tontos.

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