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O hype não pára de crescer com a aproximação do lançamento de Detroit: Become Human, o videojogo mais recente desenvolvido pelo estúdio Quantic Dream. Estúdio este que nos trouxe entre outros, Fahrenheit, Heavy Rain e Beyond Two Souls. Videojogos absolutamente marcantes e que passado mais de uma década de alguns dos seus lançamentos, ainda se mantém muito populares. Foi através destes títulos que a Quantic Dream se tornou pioneira da criação de um género completamente revolucionário na indústria dos videojogos: o drama interactivo. Um género que tem sido muito bem recebido pelos jogadores e inclusive tem sido explorado por outros estúdios que nos trouxeram grandes êxitos como Until Dawn.

Videojogos deste género dão ao jogador o controlo sobre a história, algo nunca antes visto dentro das indústrias do entretenimento. Este tipo de aventuras tornam a experiência do jogador muito única, envolvente e pessoal. Proporcionando várias escolhas que levam o jogador a caminhos e desfechos diferentes. É como se não estivesses só a seguir uma linha de narrativa, como acontece em tantos outros videojogos, séries, filmes, livros, mas de facto a ter poder sobre o enredo. É fascinante podermos finalmente ter tanto poder de escolha que nos possibilite quase interagir com estas personagens e histórias fictícias ao ponto de influenciarmos o seu desfecho!

Sendo que tive a oportunidade de experimentar Detroit: Become Human através da Playstaiton Portugal, posso dizer-te desde já o quais as minhas primeiras impressões. Primeiro que tudo, não quero dar qualquer spoilar sobre a sua história, pois esta poderá mexer muito com as tuas emoções e não quero que percas metade da pica que é jogar este videojogo! Indo ao conceito, este videojogo cativou-me imenso e parece-me chegar precisamente na hora H! Trata temas como, a escravatura de seres conscientes, questões como o que é máquina, o que é vida e até o ser diferente.

Temas que me parecem presentes no nosso dia-a-dia, mas ao mesmo tempo, já olham para o futuro com uma certa ameaça do que aí vem. Há uma certa profundidade neste enredo que o torna demasiado real, retratando em certa parte os nossos medos em relação ao futuro que se avizinha. Isto tudo chega numa altura em que o mundo está de olhos postos na Sofia, a primeira inteligência artificial a receber o estatuto de cidadã.

Com a humanidade a reacender os debates “máquina vs humanidade”, Detroit: Become Human, tenta acalmar os nossos corações, oferecendo-nos androides que possamos verdadeiramente amar. Personagens dentro desta problemática com as quais possamos envolver-nos ao ponto de entender as suas perspectivas e ter uma visão mais profunda sobre as questões que teremos de resolver no futuro. Para isto é crucial o leque de personagens principais que temos disponíveis neste videojogo.

Nisto, o género do videojogo não poderia ser o mais apropriado para esta abordagem. Aliás, porque a base do videojogo joga muito com as escolhas que as personagens principais farão ao longo da história, cedo estas conseguem criar uma ligação com o jogador pela forma como conseguimos traçar uma inteligência emocional nestas personagens. Tendo todas elas visões completamente diferentes que nos ajudam a perceber as várias faces deste mundo onde os androides parecem ter algum controlo sobre si próprios, a nossa percepção não poderia ser mais completa.

Connor por exemplo, é a personagem que nos mostra o ângulo mais frio sobre este mundo e a relação entre humanos e androides. Implacável, analítico e eficiente, Connor é um modelo mais evoluído que está ao serviço das forças policiais, e é especializado em capturar androides que se tenham deixado levar pelo mundo do crime. É sobretudo com esta personagem que vemos a realidade crua da relação entre a sociedade e os androides.

Markus, mostrar-nos o outro lado da moeda que Connor nos expõe. Sendo tratado como um humano pelo seu proprietário, o personagem desenvolve uma certa sensibilidade que é ausente em Connor. Isto desperta a personagem para a luta pela independência da sua raça cada vez mais oprimida e repugnada.

Kara, a personagem que estrelou numa tech-demo lançada em 2012 com o seu nome, e que deu origem a todo este mundo de Detroit: Become Human, regressa para abalar a trama. É com ela que senti mais na pele toda esta opressão constante, o medo de agir devido ao receio de arcar com as consequências. Ela é, digamos, quem nos mostra o ponto de vista mais cru sobre a violência, o desprezo e a repugnância ressentida por estes seres conscientes.

Ainda sinto as mãos a tremer de excitação por finalmente poder pegar neste videojogo. Aquele momento em que finalmente tens o controlo é delicioso. A primeira coisa que me saltou logo à vista foi a câmara. Para cada personagem, esta comporta-se de forma diferente, sendo adaptada à personalidade de cada um. Ou seja, como Connor tem uma personalidade fria e muito implacável, a sua câmara é sempre estável. Já Kara apresenta em todos os planos uma câmara muito abalada, como se tudo fosse filmado à mão. Desta forma, transmite-se a sua insegurança, o medo, a opressão. Markus é uma personagem dinâmica, pelo que essa característica é transportada para os seus planos com uma faceta muito épica.

Como vês, neste videojogo houve um cuidado imenso para os detalhes, como planear os tipos de movimentos de câmara e até os filtros de luz ambiente que seriam mais adequados para contar a história de cada personagem. No entanto, os detalhes não se ficam por aqui. Para a banda sonora do videojogo, foram contratados compositores diferentes para construírem a soundtrack de Detroit: Become Human. A cada um deles, foi-lhes confiada uma personagem. Como resultado, cada personagem apresenta um mundo sonoro distinto, que aprofunda ainda mais a sua história e personalidade. Devo dizer que tudo isto teve influência para fazer-me adaptar uma postura diferente com cada uma das personagens.

A nível de controlos e jogabilidade, o videojogo deixa-te a sós com a personagem e tens mesmo de saber vestir-lhe a pele. Para desbloqueares diálogos e teres um leque maior de potenciais desfechos, tens de saber interagir e procurar criar certas situações. Há muitas coisas espalhadas que servem de influência para o desfecho do capítulo, mas que não te são dadas de mão beijada, tens mesmo que saber procurá-las. No entanto meter o nariz em tudo também não é a melhor solução. Tens realmente de pensar e agir de acordo com a direcção que sentes que tomarias naquelas situações, e não tomar nada por garantido como muitos videojogos te habituaram a fazer. No final de cada capítulo, conseguirás ver o mapa de situações que poderiam ter sido desbloqueadas, e que linhas condutoras te levaram àquele desfecho.

Sem surpresas, terás de enfrentar muitas decisões ao longo do videojogo, e essas têm de ser tomadas rapidamente. Tal como na vida real, o tempo passa, e quer intervenhas ou não, os conflitos vão seguindo determinados percursos. É um sentimento de verdadeira responsabilidade e extrema envolvência, que nunca senti antes com os outros títulos que mencionei no início deste artigo.

Do que tive a oportunidade de jogar, o realismo gráfico fez-me sentir merecedor de ser mencionado também neste artigo. O ambiente que conseguiram construir impressionou-me especialmente num cenário urbano e em dois cenários interiores. As luzes dão uma vida natural a estes espaços e até os detalhes das poças de água sobre o pavimento das ruas, me inspiraram naquela manhã de chuva intensa em que estive a jogar este videojogo. O cenário parecia mesmo uma representação do que me esperava lá fora. A nível de animação, este videojogo foi feito com base em muito trabalho de motion capture pelo que não senti tanto o trabalho dos animadores. Em certa parte, sinto a falta daquele exagero das expressões e movimentos que são característicos da animação bruta.

Quando joguei Detroit: Become Human, só tive acesso à versão dobrada em português, que conta com Diogo Morgado, José Mata e Victória Guerra nos papéis principais. Normalmente não sou grande fã das dobragens portuguesas porque parecem demasiado off deste mundo. Mas devo dizer que tendo ouvido a versão original nos trailers, acabei por apreciar ainda mais o trabalho dos nossos actores. Senti o compromisso e o empenho que empregaram nas suas personagens e a história. É um trabalho feito com qualidade, e que ouvindo o videojogo na minha língua materna, apesar de preferir jogar sempre em inglês, cativou-me muito pelas características mais profundas que conferem às personagens e conseguiu envolver-me.

Resumindo esta experiência que tive com Detroit: Become Human, em algumas horas de jogo, mostrou-me um cuidado tanto técnico como estético para explorar e contar esta história através de todos os ângulos possíveis. O envolvimento do jogador nestes ambientes e com estas personagens é quase automático e levou-me a adaptar posturas diferentes conforme as suas percepções deste mundo. É sem dúvida um videojogo que respira qualidade! Mal posso esperar por jogar a versão completa…

Detroit: Become Human tem data de lançamento marcada para 25 de Maio em exclusivo para a Playstation 4.

O que estás a achar deste novo título da Quantic Dream?

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A minha paixão pelo Cinema e Videojogos levou-me pelos caminhos da Animação e Pós-Produção e a cobrir essas áreas aqui no Cubo Geek.

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