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Curiosamente, nos últimos meses tem sido difícil para mim pegar num único número de banda desenhada onde consiga sentir o puro prazer e entretenimento que é tão típico desta forma de leitura. Os últimos eventos passados tanto do lado da DC como da Marvel (os dois monstros da banda desenhada de super heróis), não me têm despertado atenção suficiente para comprar os números à excepção do ocasional titulo, como tem sido com o novo volume de Moon Knight. Têm sido uns meses lentos, para mim, no que toca a descoberta de novas bandas desenhadas: a lista de leitura tem sido preenchida com números mais antigos.

Isto até descobrir Lumberjanes, da BOOM! Studios, escrito por Noelle Stevenson e Grace Ellis entre outras.

Numa regular visualização de uma das minhas youtubers favoritas, Kristina Horner, ela fala de uma banda desenhada cuja história gira em volta de um campo de férias para raparigas onde o tema principal é tão comum e, ainda assim, inovador quando parece que a única coisa que se tem ouvido falar é de super heróis, explosões e acção pesada: a amizade. Ainda que se trate de um mundo onde o sobrenatural não está exactamente ausente, os volumes de Lumberjanes, até agora, preenchem cada número com humor e mistério. O virar de página com este livro tornou-se quase viciante e as gargalhadas regulares.

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A história de Lumberjanes começa com 5 amigas determinadas em fazer das suas férias de verão no campo uma verdadeira aventura. Para isso, elas não vão deixar que nenhuma investigação ou evento sobrenatural lhes obstrua o caminho! Mergulhamos imediatamente na aventura quando Jo, April, Mal, Molly e Ripley, as protagonistas da nossa história, estão no meio da floresta, bem depois da hora de recolher, a procurar trilhos e pistas, a resolver mistérios e a quebrar muitas, muitas regras. No meio desta panóplia de acontecimentos, elas têm de enfrentar uma espécie de raposas com três olhos – sim, deparamos imediatamente com os eventos estranhos.  

É claro que nada ocorre sem as suas consequências. E é deste modo que conhecemos a conselheira Jen e a directora do campo, Rosie. Quando as lumberjanes explicam exactamente a Rosie o que as levou a aventurar-se na floresta de noite e a maneira como Rosie responde, com sincero interesse e sem aparentes dramas ou castigos, como Jen a conselheira de grupo sugere, dá-nos logo a noção que existe uma trama maior que se começa a formar.

Desde bruxas-urso a psicadélicas cenas de luta, Lumberjanes é bastante mais do que aquilo que capturamos apenas com um primeiro olhar.

Tudo isto parece demasiado fantasioso e infantil, mas é exactamente isso que torna esta história tão boa. Cada personagem é dotada de uma série de características que torna as suas personalidades, e até aparência, bastante únicas. É fácil encontrar uma ou outra personagem com a qual nos consigamos identificar.

Quando estamos rodeados de histórias dramáticas, cada vez mais “dark”, ler sobre um bando de adolescentes num campo de férias para escuteiras consegue tornar-se incrivelmente refrescante. Perfeito para uma leitura nas férias ou até mesmo com o cheirinho de Setembro e da época de aulas (para quem ainda as tem) a chegar. Não é uma leitura pesada e, por isso, torna-se tão divertido desfrutar da mística da história. Apenas consigo comparar a dinâmica do guião com os desenhos animados Hora de Aventuras, onde o surreal e o sonho co-existem de uma maneira que vai para além do humanamente possível, mas que ao mesmo tempo é capaz de conquistar leitores ou espectadores de várias idades.

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Até o próprio layout desta banda desenhada lembra uma série de desenhos animados: em vez de ir construindo a dinâmica, a acção e o plot da história durante vários capítulos, saltamos a cada novo número directamente no meio da acção, sem qualquer tipo de rodeios. O próprio estilo gráfico da artista, Brooke Allen, faz-me lembrar as mais recentes e populares séries do Cartoon Network.

O maior problema – que não o considero exactamente como tal – que enfrentei ao ler Lumberjanes é que, por vezes, no meio de tanta acção quase psicadélica e pura loucura, a história e o plot acabam por se perder. Não invalida, no entanto, o ponto que referi de que nem sempre uma leitura leve é uma leitura má. E por isso considero esta banda desenhada, dentro do seu género, boa.

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