Partilha no Facebook
Partilha no Twitter

“The Winds of Winter”

Parece mentira, mas não é – já acabou a sexta temporada d’A Guerra dos Tronos. Este episódio foi magnífico em todos os sentidos. Foi uma obra de arte, que impressionou quer pela imagem quer pela maravilhosa música. Neste episódio, aconteceu TUDO, tudo aquilo de que estávamos à espera! Foi profundamente satisfatório, com a excepção da primeira cena, na qual se perderam muitas personagens pelas quais penso que todos vamos fazer algum luto.

A questão que colocámos no artigo de sexta-feira passada sobre o fogovivo ficou respondida – sim, Cersei seria e é capaz de qualquer coisa. No momento do seu julgamento, quando todos estavam reunidos no Septo de Baelor (uma espécie de catedral, a maior e mais importante de Westeros, onde se deram os casamentos e funerais da família real ao longo da série), Cersei manteve-se na Fortaleza Vermelha, e impediu o Rei de sair. Accionou a antiga reserva de fogovivo de Aerys II, e explodiu o Septo, juntamente com várias personagens extremamente importantes: o Alto Pardal, cuja tirania estava a ficar descontrolada, Ser Kevan Lannister, a mão do rei, Lloras Tyrell, o cavaleiro jeitoso que tinha acabado de confessar o “pecado” da homossexualidade e se tinha tornado num Pardal, a Rainha Margaery, o seu pai Mace, Senhor de Highgarden… E, claro, a maior parte da nobreza de Porto Real e quase toda a força militar dos Pardais. Com um único golpe de génio, Cersei eliminou toda a sua concorrência e assegurou o poder para o seu filho. Só que o seu filho acabou por ter um espírito muito mais fraco do que aquilo que eu estava à espera. Tommen, ao ver o que a mãe fizera e ao enfrentar-se com a perda de Margaery, escolheu a morte. Nunca teve, desde o primeiro momento, o estofo para ser rei. Cersei utilizou também os “passarinhos” de Varys, criancinhas, para assassinar Lancel Lannister e o Grande Maester Pycelle. Estas são crianças pobres, miseráveis, que têm passado fome e necessidades atrozes toda a sua vida, levadas ao assassínio com sabe-se lá que promessas de conforto e segurança. A maldade de Cersei não tem limites, e, agora que perdeu Tommen, já não lhe resta nada para perder. O medo nos olhos de Jaime quando chega a tempo da sua coroação foi impressionante, vemos o amor entre ambos murchar à nossa frente. Assistimos hoje ao nascimento da maior tirana de Westeros desde Aerys II, a Rainha Cersei I.

A-Guerra-dos-Tronos-T06-E10-12

Face a esta tragédia, Lady Olenna, que tinha afortunadamente fugido da capital a pedido de Margaery, é agora a única Tyrell em Highgarden. Alia-se a Ellaria Sand, de Dorne, que assassinou com a ajuda das filhas de Oberyn todos os Martell reinantes e se apoderou do poder nesta grande província. Varys faz também uma aparição, o que dá a entender que Dorne e Highgarden apoiarão Daenerys Targaryen na invasão de Westeros desde que esta traga o final de Cersei consigo. Esqueçamos completamente o facto de que Varys depois aparece magicamente ao lado de Dany, tendo aparentemente desbravado mares invernosos com a rapidez de um avião, o que a menos que a partida da frota de Dany se passe muitos meses depois da explosão do Septo de Baelor não faz o mais mínimo sentido.

Um dos momentos dos quais os fãs estavam à espera desde o início da série aconteceu finalmente.

O evento mais inacreditável e também o mais satisfatório deste episódio, para mim, foi aquele que testemunhamos nas Gémeas. Este tenebroso castelo formado por duas fortalezas unidas por uma ponte é o lar ancestral dos Frey da Travessia, uma das famílias mais odiosas dos Sete Reinos. Os Frey tiveram finalmente o que mereciam – talvez tenham tido um pouco mais do que mereciam, de facto. A vingança de Arya foi terrível, desumana, um exagero de crueldade. Ninguém merece ingerir os próprios corpos mutilados e cozinhados dos seus filhos, como Tiestes no mito grego. Ao mesmo tempo, ninguém merece ver o seu irmão mais velho decepado e com a cabeça de um lobo rudemente cosida no lugar da sua. Arya Stark voltou, munida de duas armas: o poder de mudar de aparência que (aparentemente) aprendeu com os Homens Sem Rosto de Braavos, e o seu nome. Walder Frey é um nome que já podemos eliminar da sua lista. Parece-me que o passo seguinte mais lógico é Arya ouvir falar dos acontecimentos em Winterfell, e se dirigir para lá, para se reunir finalmente com a sua família.

A-Guerra-dos-Tronos-T06-E10-3

Bran também se encontra a caminho do sul, tendo estado imenso tempo a norte da Muralha. O seu tio Benjen, agora transformado num meio-wight, não pode atravessar com ele a Muralha, pois esta, como ele explica, não é feita apenas de pedras e gelo, mas também de magia. Contém feitiços fortes e antigos que protegem os Reinos dos Homens contra as forças dos mortos, e aquilo que está morto e foi revivido através de magia não a pode atravessar. O que me faz pensar, será que isto se aplica também ao Jon Snow, e ao Beric Dondarrion, revividos através da magia de R’hllor? De qualquer modo, um dos momentos dos quais os fãs estavam à espera desde o início da série aconteceu finalmente. A teoria R+L=J foi finalmente confirmada, após anos de teorias de fóruns. Vimos o final da cena da Torre da Alegria, e descobrimos que Ned Stark não é o pai de Jon Snow. A mãe de Jon Snow é Lyanna Stark, que morreu ao dá-lo à luz e fez o irmão prometer que tomaria conta dele e que não deixaria Robert Baratheon matá-lo. O pai de Jon Snow tem que ser, invariavelmente, Rhaegar Targaryen, o que quer dizer que Jon pode ser o herdeiro legítimo ao Trono de Ferro.

Em Winterfell, aconteceu algo que me surpreendeu verdadeiramente. Temos um novo Rei em Westeros – Jon Snow, o Rei no Norte. Estava psicologicamente mais preparada para Sansa ser coroada Rainha do que para Jon ser coroado Rei. Tudo isto foi obra daquela rapariga maravilhosa, Lyanna Mormont, a personagem mais tenaz e forte de sempre! Essa miúda, se sobreviver ao Inverno (que chegou finalmente, após muita ameaça dos Stark), vai ser uma líder exímia, seguida por multidões.

Petyr Baelish tenta virar Sansa contra o meio-irmão, recordando-lhe a sua legitimidade e o estatuto de bastardo de Jon. Jon diz a Sansa que devem confiar um no outro, relembrando-lhe a sua união. Para que lado vão pender os sentimentos de Sansa? Vai apoiar o reinado de Jon, ou vai tentar usurpar o seu trono juntamente com Petyr? Eu estou mais inclinada para a primeira opção – parece-me que Sansa já aprendeu o valor da família, e aprendeu a nunca confiar no Mindinho.

A-Guerra-dos-Tronos-T06-E10-4

Tivemos também um momento de expiação por Shireen Baratheon. Quando Davos encontrou o veado de brinquedo que fizera para a sua querida Shireen no meio da neve, percebeu qual fora o seu destino, e confrontou Melisandre de Asshai em frente de Jon Snow. Davos queria-a ver ser executada, mas Jon permitiu-lhe o exílio. Poderá ele vencer a guerra contra os Outros sem uma sacerdotisa de R’hllor? Terá sido sábio enviar para longe a pessoa que o conseguiu trazer de volta à vida depois de ter sido assassinado? Então e se acontecer outra vez?! Como sempre, Jon deixa-se levar pela honra e faz decisões importantes de modo espontâneo. Serão estas características de um bom Rei?

A grandiosa cena final do episódio também foi algo que temos estado a aguardar com ansiedade desde o primeiro episódio da primeira temporada. Finalmente, uma frota Targaryen zarpa em direcção a Westeros para recuperar aquilo que foi roubado por Robert Baratheon, o Usurpador. Dany despede-se do seu amante, Daario, decidindo sabiamente deixar todas as ligações amorosas para trás e começar de novo em força total. Tyrion, que parece tê-la aconselhado nisto como em tudo o resto, é instituído como Mão da Rainha. Este é um momento extremamente importante e emotivo para Tyrion, que, por ser um anão, nunca foi levado a sério e nunca recebeu as recompensas merecidas pelo seu trabalho. Agora, promete apoiar Daenerys, a sua Rainha, até à morte da mesma. Os navios Greyjoy zarpam juntamente com os navios Targaryen, e, juntos, tomarão Westeros no melhor momento, irrompendo entre a confusão total.

A-Guerra-dos-Tronos-T06-E10-1

Em resumo, temos duas Rainhas – Cersei e Daenerys – e um Rei – Jon Snow. Temos um Norte finalmente coeso e um Sul fracturado, uma porção do qual parece apoiar a reconquista Targaryen. Irá Daenerys fazer também um tratado de paz com o Norte? Terá a visão necessária para perceber que a verdadeira guerra não é a dos tronos, mas sim a do bem contra o mal? Irão Arya e Bran chegar a Winterfell e reunir-se com a sua família, ou irão ser impedidos pelo avance implacável do Inverno? Agora, mais uma vez… Teremos que esperar nove meses para descobrir!

Diz-nos as tuas previsões para a sétima temporada nos comentários!

  • LÊ MAIS SOBRE
  • A Guerra dos Tronos
  • Game of Thrones
PARTILHA
Facebook
Twitter