PLANETA DOS MACACOS: A GUERRA | Crítica

Cliché, cliché, cliché.

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Por Catarina Gil escritor/a em SOMOSGEEKS.PT
Fascinada pela magia do cinema de animação e admiradora dos filmes de Hayao Miyazaki. O seu percurso pessoal e académico...

Afranquia cinematográfica de Planeta dos Macacos surgiu tendo como base a obra francesa de ficção científica La Planète des Singes de Pierre Boulle, publicada em 1963. O romance foi adaptado para cinema em 1968 por Franklin J. Schaffner e desde então já deu origem a um total de oito filmes.

Planeta dos Macacos: A Guerra, com realização de Matt Reeves, segue a linha temporal introduzida por Planeta dos Macacos: A Origem (2011) de Rupert Wyatt e ocorre dois anos após de Planeta dos Macacos: O Confronto (2014) de Reeves. Embora a re-imaginação da franquia a partir d’A Origem tenha criado uma linha temporal diferente e completamente nova relativamente aos clássicos, os três mais recentes filmes propõem uma cronologia coesa entre assim. Deste modo, o mais recente filme poderia considerar-se o antecessor do primeiro da saga, realizado por Schaffner, essencialmente por nele ser introduzida a personagem Nova (Amiah Miller), a humana primitiva dos primeiros clássicos.

Em Planeta dos Macacos: A Guerra, a raça humana enfrenta uma nova ameaça. O vírus responsável pelo colapso da humanidade e por conferir capacidade cognitiva a uma série de símios sofreu uma mutação. Ao contrair a doença, o Homem aproxima-se do seu estado primitivo ao ser impedido de comunicar através da fala. Neste contexto, César terá de se defrontar novamente com o Homem se quiser salvar a sua família e a sua raça.

O filme está tecnicamente irrepreensível. Tendo em consideração o tempo de ecrã dispensado para actores de “carne e osso” em toda a extensão do filme, é assombroso apreciar o requinte da animação digital. Todas as personagens conseguidas através de técnicas digitais são credíveis. Estupidamente credíveis. Andy Serkis, mestre do motion-capture, consegue encarnar um Gollum tão cheio de personalidade quanto um César. E por não vermos o actor mas sim as suas personagens, compreendemos o quão fantástico Serkis é e o quão tecnicamente excelente o filme é. Planeta dos Macacos: A Guerra é um espectáculo digital incrível!

Porém, o filme de Matt Reeves é vítima de uma narrativa pobre. Embora o título do filme possa alimentar a ideia de que a história trata uma guerra entre Homem e Macaco, Planeta dos Macacos: A Guerra muito pouco tem de guerra. A real batalha na qual a narrativa assenta está substancialmente relacionada com a sede por vingança de César. O argumento vive de um sentimento vil tipicamente cliché em filmes americanos. E assim se arrasta ao longo de duas longas, compridas, vagarosas horas terminando em tom de Arca de Noé e ao estilo do Êxodo. Finalmente, centenas de símios são guiados por César até à Terra Prometida.

custou…

O filme alcança alguma riqueza a nível argumentativo por propor ao espectador uma questão interessante: O que faz de nós humanos e o que nos afasta dos animais? Vários filósofos se debruçaram sobre tal indagação. Para Aristóteles, o Homem é definido pela sua capacidade de raciocinar, Descartes refere a emotividade, a vontade, a alma… O filme Planeta dos Macacos: A Guerra dá-nos possibilidade de questionar a humanidade do ser humano no contexto que nos apresenta. Todavia, a narrativa pobre e o ritmo lento para a história que se deseja contar torna o filme entediante na grande maioria do tempo. Mesmo alguns dos momentos cómicos, utilizados para alívio de tensão, são constrangedores por não encaixarem no normal decorrer da acção.

É triste, considerando a sua excelência técnica, mas ver Planeta dos Macacos: A Guerra custou…

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  1. 8.3 IMDB. 93% Rotten Tomatoes. 83 Metacritic. 4 estrelas Empire. Invariavelmente no topo das listas dos melhores filmes do ano até agora. Perspectivas.

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