AGENTS OF S.H.I.E.L.D. | Discussão T05 E19

Oh não, os conflitos morais!!!

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Por Gui Santos escritor/a em SOMOSGEEKS.PT
Sou um cinéfilo viciado em narrativa, dado a devaneios pretensiosos, e a ficar constrangedoramente entusiasmado com tudo.

“Option Two”

Lembras-te quando na discussão anterior eu estava a queixar-me que as coisas não estavam a ser entusiasmantes o suficiente? ESTE EPISÓDIO FOI ESPECTACULAR!!! Foi mesmo muito bom, e teve o mesmo sentimento de um episódio da 3ª ou 4ª temporada, onde o ritmo alucinante da narrativa me mantinha sentado na borda da cadeira o episódio todo. Infelizmente são episódios como este que só chamam ainda mais a atenção para o facto de que esta temporada, no geral, está com muitos mais altos e baixos do que a anterior. Ainda assim… WEEEEEE!

O episódio começa de maneira fantasticamente ominosa, com a voz do Talbot a recitar números sobreposto à imagem de algo a viajar pelo espaço e a aproximar-se da Terra. Mais uma vez os efeitos especiais desta temporada estão mesmo muito bons, e sobretudo mais à frente no episódio quando vemos finalmente a nave espacial dos alienígenas fiquei impressionado com o design e fotografia da nave.

A acção avança muito depressa para a típica cena expositiva do início, onde nos é explicado o conflito: têm de levar o Zephyr para o espaço e disparar o Gravitonium para o Sol. O que é interessante é que esta cena escala rapidamente para uma discussão e conflito entre os próprios agentes da S.H.I.E.L.D.. Este diálogo está muito bem escrito, porque toda esta temporada até agora tem-nos mostrado como cada uma destas personagens tem imensa razão para acreditar naquilo que acredita. Isso só torna ainda mais difícil vê-los nesta situação tão invulgar, em que estão mesmo muito divididos. É sobretudo difícil ver a Yo-Yo a tentar justificar ter assassinado a Ruby, mas ela fá-lo porque parece convencida que resolveu o loop temporal.

Entretanto a May e a Daisy estão a congeminar um plano com a ajuda do amigo do Mack, para obterem algum género de tecnologia HYDRA, que foi usada para criar o Deathlok (ainda te lembras dele?) para salvar a vida do Coulson. Isto é interessante porque vai directamente contra a indicação da Yo-Yo do futuro, de que o Coulson tem de morrer para quebrar o loop, mas obviamente que a Daisy e a May ainda não sabem disto, e mesmo que soubessem provavelmente não ia fazer grande diferença. Mas a Daisy lá sai da base (que é conveniente para o enredo) para levar a Robin e a mãe para um lugar seguro, e para se encontrar com o amigo do Mack.

Quando ela eventualmente se encontra com ele, mais para o fim do episódio, ele menciona coisas estranhas a acontecerem em Nova Iorque. Será que isto é uma menção à invasão dos Filhos do Thanos a Nova Iorque, que acontece no início do Vingadores: Guerra do Infinito? A sério? É SÓ isto? É a única menção ao raio de uma invasão alienígena apocalíptica? Daniel, tenho de dar o braço a torcer. Concordo contigo, esta série já não tem nada a ver com o MCU no geral, e mais valia simplesmente assumirem isso do que estarem a tentar enfiar estas menções tangenciais, que só confundem mais do que contribuem, e não estão de todo coerentes com os eventos que referem.

De qualquer modo… O Candyman diz que conseguiu encontrar o soro Centipede, que mais uma vez era o que estava a dar poder ao Deathlok, e aparentemente a manter o Garret (da primeira temporada) vivo. E menciona que falta um ingrediente que está num lugar que ele não sabe onde é, e a Daisy diz que não é um lugar! Wooo! O que será?

A sério, eu adoro o Deke. Ele funciona extremamente bem como substituto da audiência, no sentido em que não sabe nada do que se está a passar e está sempre a precisar que lhe explquem coisas, e porque tem uma atitute tão pragmática que reflecte a nossa ao vermos a série. É a melhor coisa de sempre ver o Deke a discutir loops temporais com o Fitz. O Deke levanta uma hipótese que nós já tínhamos pensado também, que é a possibilidade de estarem a surgir multiversos, cada vez que eles tomam decisões diferentes. Isto é particularmente interessante porque cada vez mais eu vejo isso a surgir na Internet como uma hipótese para explicar as consequências de Vingadores: Guerra do Infinito. Mas mais uma vez os escritores esfregam na nossa cara, por intermédio do Fitz, que os loops são inquebráveis. A informação nova é que, como Fitz explica, eles só vão ter a certeza disso se o Deke desaparecer. Eu ainda não tinha pensado nisso, mas faz sentido na teoria de que só há uma linha temporal, e traz novas consequências e dilemas morais para o conflito!

Aw daaaaamn! O Talbot deu a localização do Lighthouse aos alienígenas! AW DAAAAMN! de repente há uma nave espacial gigante por cima deles!!!! Isto tornou-se interessante!!! Isto é uma geekdom overload! Não só temos o holograma do Patrick Warburton a fazer o seu discurso, como depois de o Coulson escolher a opção do ataque nuclear afinal há uma opção de Invasão Alienígena? Isto é bom demais! Oh pá, e ver o Coulson a fazer um badass boast a um invasor alienígena é TÃO BOM!!! Coulson para presidente!!!

Man, a conversa entre a Yo-Yo e o Mack é dura. Mais uma vez, os desenvolvimentos de personagem desta temporada estão muito bem construídos, e conseguimos entender perfeitamente a posição de cada uma destas personagens. O diálogo está muito bem escrito, muito bem interpretado, e este afastamento entre eles é quase inevitável, e é tão mais trágico por causa disso. Cada vez gosto mais da Yo-Yo e tem tudo a ver com a maneira como a personagem dela está escrita nesta temporada. O diálogo que ela tem com a May sobre a responsabilidade das suas decisões, e as consequências destas tem um peso enorme e reforça que há coisas que não podem ser mudadas. Cristaliza-nos na mente que não há volta a dar, que a Yo-Yo matou a Ruby, e isso vai mudar a maneira como as pessoas, inclusive o público, olha para ela.

Estas alterações da personagem, e o peso que têm para a Yo-Yo, tornam-se ainda mais aparentes quando ela descobre que a Daisy e a May estão a tentar salvar o Coulson. O terror na cara dela quando se apercebe que ainda estão presos no loop é assustador, e a expressão do Coulson quando se apercebe que afinal tem mesmo o destino marcado é igualmente trágica. O drama e intensidade desta cena é muito bem complementado pela montagem dos alienígenas a prepararem-se para entrar no Lighthouse.

E assim, de repente, há alienígenas Kree dentro do Lighthouse! Chiça que isto está a acelerar! Isto é Agents of S.H.I.E.L.D. old school! WooohooO! É muito interessante que o Deke, que é um sobrevivente dos Kree, seja um dos primeiros agora a vê-los, e a usar imediatamente as suas antigas técnicas de sobrevivência. Apesar de ser uma situação desesperada, ele é na realidade quem está mais preparado para ela, dada a sua experiência no Lighthouse do futuro. Ele explica que os alienígenas são Remorath Marauders. Soa bem, e nunca fico triste com a introdução de mais raças e culturas. Também é assustadora a maneira como ele diz que no futuro não conseguiram evitar o ataque dos Remorath, e simplesmente lhes deram o que eles queriam.

Estas estratégias de sobrevivência do Deke permitem-lhe salvar o Fitz, mas as coisas continuam a correr mal quando descobrem que os Remorath descobriram a única maneira que eles tinham para abrir as portas do Lighthouse e não ficarem lá presos durante 15 anos. Enquanto isso está a acontecer, as outras personagens estão barricadas na sala de controlo a tentarem impedir a entrada dos Remorath. Esta sequência está muito bem construída, e eles a preparem-se enquanto os alienígenas batem nas portas é muito assustadora e intensa!

As coisas continuam a correr ainda pior, e a Jemma fica presa no laboratório, com os alienígenas a irem na direcção dela. Adoro como ela pergunta se o Deke desapareceu da existência, para verificar se continuam imortais devido a paradoxos temporais, e o Fitz tem de olhar para verificar. O Talbot é deixado com a Jemma, e quando vê a máquina infusora do Gravitonium, ele parece ficar fixado nela, talvez por ver ali uma maneira de resolver tudo, como tem estado obsessivamente a repetir. Do nada, ele atordoa a Jemma e AWWWW SHIT! O TALBOT INFUNDIU-SE COM O GRAVITONIUM!!!

O Talbot chega à sala de controlo no último momento e salva-os, esmagando os Remorath de uma maneira horrível de se ver. É excelente vermos nos olhos dos outros que eles preferiam ter de lidar com os alienígenas. O Talbot Destruidor de Mundos é tão assustador! Ele agora já não parece desorientado, ou quebrado, ou a balbuciar coisas aleatórias. Em vez disso temos um Talbot focado, concentrado e implacável, que abre um buraco no Lighthouse como se nada fosse e leva o Coulson consigo. Estou cada vez mais impressionado com a interpretação do Adrian Pasdar.

A cena pós-créditos é a Daisy a ir desenterrar o corpo da mãe! Lembras-te da Jiaying? Da segunda temporada? Ela era a Inumana que tinha poderes de regeneração, e é claramente isso que a Daisy precisa para salvar o Coulson. Mas o Coulson tem de morrer!!! Oh não, os conflitos morais!!!

Achas que o Coulson morre nesta temporada?

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COMENTÁRIOS
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1 COMENTÁRIO

  1. Houve um pormenor porreiro neste episódio.

    O Dr. Franklin Hall, que apareceu na 1ª temporada e está agora fundido com o gravitonium, na BD torna-se no vilão Graviton. No entanto o Talbot mostrou ter poderes semelhantes ao do Graviton, e na preview (que como de costume, está cheia de spoilers) vemos o Talbot com um uniforme muito parecido ao do Graviton na BD.

    Sei que só faltam 3 episódios para o final e que esta série há muito tempo que não pertence ao MCU, mas mesmo assim é muito porreiro ver o Graviton no “grande” ecrã. E ainda por cima vindo do Talbot, que nunca me passaria pela cabeça.

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